terça-feira, 1 de outubro de 2013

Aqui dentro...



Aqui dentro corre sangue, corre o antes que não foi
Sopra o tampo, ventania, luz do dia e escuridão
Sobem pelos, calafrios. Arrepios, polo norte.


Aqui dentro tem segredos, tão suspeitos e imbecis
Meço os passos com minha régua, solto e agarro em cada nó
Faltam danças ou coordenação, me equilibro solto em meus abraços.

O calor que me percorre, labirintos em meus pensamentos
Sentimentos tão profundos, oriundo dos meus caminhos
Dos sorrisos que colhi, a sensatez do que vivi

As curvas de meus sonhos, a contradição do meu dizer
Os corredores estreitos, as estradas que se perdem no horizonte
Meu momento de solidão, quando ouço o que nunca disse

Aqui dentro...


Texto: Siro Murta Borém
Fotografia: Siro Murta Borém

Destino!


Ele sonha em laçar o Sol e por debaixo do colchão que é pra aquecer as noites frias que congelaram seu coração Ela sonha em cruzar o mar com o seu vestido branco e de véu no leve remanso das ondas no seu barquinho de papel No outro dia ele acordou bem cedo deu um trago em seu vinho e saiu fitou com seus olhos o monte rumou para o norte e sumiu De manhã flores ela colheu Foi a beira do abismo e sorriu Abriu os braços, gritou seus desejos escritos no vento em cordel e um dos Deuses prevendo o destino Lança uma chuva que rompia o céu

De repente em meio a floresta
perdido ele se viu
e dentro de uma caverna
ouviu um som suave e sútil

Então ela seguiu seu caminho
De baixo da chuva e com frio
Os ventos sopravam bem forte
e os seus pés descalços no chão
Tremia o seu corpo inteiro
Mas seguia o seu coração.

"Um Deus morrendo de inveja
Vivia cheio de ódio e terror e...
No mais vasto labirinto
levou a jovem e soltou"

Ele andando dentro da caverna
Foi soltando aos poucos um fio
E puxando a medida que ia
seguindo o som que ouviu

Ela perdida e com medo
correu por toda direção
sem saber por onde seguia
perdida em meio a escuridão

Então numa sala de pedra
os dois juntos foram parar
e se depararam com o minotauro
que tocava uma flauta ao chorar

Ele então arrancou seu machado
e atacou o jovem sem pensar
que se esquivou bem depressa
e puxou então seu punhal
E o enterrou no peito do monstro
que morreu no mesmo local

"E como estava escrito
Os saíram juntos sem temor
e se casaram e seguiram
com os seus sonhos de amor.!"

Então ele encontrou o seu Sol
E deitou ao seu lado no colchão
e se esqueceu das noites frias
que congelavam o seu coração

Então juntos cruzaram o mar
Ela de branco e de véu
casaram no remanso das ondas
em seu barquinho de papel!

Texto: Siro Murta Borém
Fotografia: Siro Murta Borém