Chega uma hora que a gente cansa, as coisas que pareciam ter sentido durante anos se esvaem e sua cabeça se torna um local propício a pensamentos tolos e vontades bobas. Você sabe que está no caminho certo, depois de tanto penar e errar, mas ainda teima em se preocupar com quem não dá a minima, com quem só quer saber dela e que ainda se diz feliz fazendo as coisas que jamais faria em seu "estado n
ormal", se é que isso existe e se é que existe algo de verdadeiro nisso tudo a não ser o que vejo a partir de agora, agora que não faço parte do seu dia-a-dia ou de suas discussões familiares que não me afetam nem um pouco, pois a muito já não estou mais aí. Pois bem, que assim seja...
Você sempre na sua e eu sempre na nossa, e olha que isso nem existe mais e já faz tempo, mas eu sempre insistindo em mostrar o novo, algo diferente que você anda por aí procurando em suas noites longas e frias esvairadas de fumaça e de um gosto etílico que acompanha seus doces tragos... vou ser breve e firme: - Jamais encontrará. Não assim, mas quem sou eu para dizer isso a não ser você, quando se cansar de procurar seus desejos obscuros nas noites sem nexo que te deixa toda nostálgica na manhã seguinte e te faz remoer os pensamentos e refletir sobre o passado, quando tudo era fácil e feliz.
As coisas são assim mesmo, cada um escolhe o seu caminho e eu escolhi a muito tentar te fazer sorrir, mas agora chega, pra mim já deu de falsa felicidade, de falsos joguinhos amorosos, já que o amor por sua parte nem aqui estava, o meu ta por aí, solto á tua procura, cansado talvez, verdade, mas ta por aí e já passou da hora de eu busca-lo e tranca-lo em um cofre escuro ou afoga-lo em uma banheira para que morra... e até lá rezo ainda para que não seja tarde. Nem pra você, nem pra mim!
Texto: Siro Murta Borém
Fotografia: Siro Murta Borém