terça-feira, 30 de outubro de 2012

Se...


Se algum dia na noite fria você se lembrou
Da nostalgia, de uma noite inteira sem o meu calor
Me contagia, coloca em meu sorriso o seu amor
e de uma trilha largada ao acaso em que você não rumou
Na euforia da sua vinda que me agita e me ilumina o dia quando você me abraçou
Na despedida em que eu te espero e você em meio a pressa talvez nem se ligou
Sempre ta nessa de me ter perto e quando aperto você larga tudo sem pudor

Se algum dia numa tarde linda ao ver o Sol você se lembrou
De fantasias e pensamentos bobos que você deixou
Me centraliza, me põe a par do que você já decifrou
e em uma praça ao som da água me entrelaça junto ao seu temor
Na alegria de ver o branco do seu corpo junto ao meu fervor
Na covardia de me querer por perto sempre ao certo você nem pensou
Sempre se esquiva, me trás pra perto e quando eu quero você cansou

Se...


Texto: Siro Murta Borém
Fotografia: Siro Murta Borém

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Bagunça interna


Garota, se você soubesse o quanto essa sua confusão alheia me deixa louco, acho que no fundo você riria. Você é bem assim mesmo, um tanto quanto certa, um tanto quanto incerta. Se diz sem graça quanto posta a prova de ficarmos juntos ou de sairmos juntos ou qualquer coisa que nos aproxime um pouco mais, nas horas que mais precisa sou o primeiro a quem chama. Você é confusa e isso acaba por me deixar ainda mais bobo por você. Você se culpa por algumas tristezas que eu mesmo criei, mas, no fundo eu só queria um espaço, um pequeno agrado pra reclamar minhas certezas. Na verdade eu meio que me bagunço ao te ver. E o dia não passa, a cada vez que olho o relógio e nada. Sem notícias, sem regalias ou uma simples mensagem que alegraria meu dia por inteiro e me acalmaria por inteiro. Você e essa sua mania de me deixar aflito, sorrindo, ansioso e com medo. Se você soubesse como eu me sinto quando você se aproxima e como me deixa bravo quando vai embora sem se despedir direito, é sério, acho que você riria..!

Texto: Siro Murta Borém
Fotografia: Yara Braga

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Minhas inquietudes (parte-2)



Você vai lá e usa toda suas últimas forças no momento em que pessoas que você gosta mais precisam de você. Se esquece de ocorridos, dos mau feitos e refeitos. Das atitudes e dos atos que o fizeram perder as forças, se esquece das palavras que te fizeram machucar, se esquece das brigas e tudo que vem então é a certeza de que a coisa mais certa a se fazer é cuidar de quem se gosta, mas como sempre, mesmo fazendo o bem porque se é bom e porque quer o bem do outro as coisas parecem então perder o seu efeito que causava de imediato e os motivos? Francamente, tanto faz, mas você ainda sim se rói por dentro, se mostra ali de pé e sempre firme, quando na verdade por dentro você já desmoronou e só te resta esperar que o efeito da anestesia automática que você usou em você para cuidar de quem ama passe e você finalmente desabe e começa a se perguntar. E aí, quem vai cuidar de mim agora? Passa-se então um pouco de egoísmo infligido por aquela sua vontade de querer algo, mas é tão claro que eu já estava fora da dança, eu já tinha me decidido, mas as coisas sempre mudam de repente, menos o que acontece com a gente e quando eu digo a gente, eu digo nós dois. Não estou aqui dizendo que você é a vilã da história e de meus sonhos, de todas essas minhas noites mal dormidas, não é isso. Todos temos um limite, alguns se doam ao máximo ao que querem e eu me doei ao máximo, pra falar a verdade eu ultrapassei os limites a tempos. Alguém vira pra você e fala, seja forte e isso tudo por que você naquela hora tem que ser forte para dar força a quem está com você. Aí os dias passam, as coisas se ajeitam aos poucos e as conversas voltam a fluir normalmente, mas tudo na hora certa, sem forçar e sabe, é claro que eu te quero bem, é claro que eu faço o bem por ser do bem mas, é preciso entender uma coisa. Eu te quero também!


Texto: Siro Murta Borém
Fotografia: Thais Lopes

Fora de rumo



Há tempos ando ansioso, por algo que já nem sei. Ando por todos os cantos, quero ação e reação. Mesmo sabendo que não é assim que as coisas funcionam. Mensagens que vão e não vem. Angústias que vem e não vão? Seria mais ou menos assim o paradigma que me prendo. Acolho a ti em tudo e a todo momento. Respiro um pouco por mim, sem mais..!

Texto: Siro Murta
Fotografia: Ana Paula Araújo

domingo, 21 de outubro de 2012

Se não fosse por você, por quem seria?



Eu posso colorir o céu de outra cor pra te fazer sorrir
Buscar as estrelas e escrever com elas o seu nome
Posso mergulhar nos mares mais profundos e te trazer tesouros
Andar milhas e milhas atrás de algo que te faça sorrir

Eu de louco me falta a certeza, a certeza de não querer
De louco me falta a harmonia que o seu sorriso me traça
E pra ver teu sorriso eu me levantaria cedo e enquanto você dormisse
lá estaria eu preparando o café, de pé antes mesmo do dia

Você de boba falta eu, aquele seu jeito de olhar, suspirar, andar 
Você de boba já tem a gargalhada e de delicada eu nem sei mais
Tem muita paz por aí e muita agitação por aqui pra ser sério
Seria então o amanhã que eu espero. Eu sempre espero a mensagem chegar

Você e esse jeito doido de dizer que ta tudo bem
Você e essa mania doida de buscar o agora. Será que o agora basta?
Tem muitos dias que você nem nota, talvez perceba mas, já passou da hora
Seria mais fácil me levar pra ver o Sol, passar o dia longe dessa agitação que me cerca

Eu posso descobrir os segredos mais belos pra te ver sorrir
Te contar as mais belas histórias, dos dias que por aí vaguei
Posso devorar seu medo só pra mim e te abraçar por horas e horas
Posso tanto por você que por um momento me esqueci de mim

E de tanto se esquecer de mim, te encontrei!


Texto: Siro Murta Borém
Fotografia: Fred Oliveira

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O pequeno grande homem!

Me lembro da primeira ida a casa da Dona Maria, foram tantas depois da primeira. Anos de muita alegria e de irreverência, vivências únicas que guardo em meu peito e em meus pensamentos.

Logo me lembro de estar vendo um filme com Ana e de ter em mãos uma bola que me foi entregue em sua primeira brincadeira devidamente vista por mim. Peguei a bola joguei na cabeça dele bem de leve e logo vinha o choro e o drama que virou uma de suas marcas registradas... eram tantas.

 Lembro de manhãs, tardes e noites de muito calor, em que ele não parava quieto um minuto. Todo objeto em suas mãos era pré disposto a ser lançado em minha direção, que fosse por um singelo e irritante "Kbeçudo" ou por falar qualquer besteira no qual ele se sentia irritado e logo vinha ele jogando Homem aranha, carrinhos e outras coisas, mas o principal objeto a ser lançado, que logo viria a ser outra marca registrada de suas brincadeiras e inocências, as almofadas de Dona Maria. Não ficava uma em seu lugar no sofá da sala. Eu revidava, a criança que ali havia despertava a que em mim se escondia e depois de muita bagunça lá vinha a Ana gritando e falando pra gente parar. Que parecíamos duas crianças, mas a pergunta que fica é - Quem não vira criança perto de um menino cheio de energia, de carinho e travessuras inexplicáveis? Eu viro!

São muitos episódios engraçados. Um dia inventei de levar uma lata de Spray artístico para a casa da Dona Maria e logo virou palhaçada, escrevi Rui Cabeção no muro e logo lá vinha ele e suas birras, tomou minha lata de Spray e começou a escrever no muro, escreveu seu nome e brincou bastante como sempre fazia.
O nome lá permanece, riscado no meio pelo Spray, mas não apagado. As almofadas estão em seus devidos lugares, talvez pela primeira vez em muitos anos.


 O ritmo diminuiu, deu uma desacelerada na música. Ficou um certo vazio e uma vontade de quero mais em algum lugar que eu não me lembro onde. Talvez na sala, talvez na porta da rua ou na grande correria e risadaria provocada pela esperteza e mansidão que se misturavam em uma só pequena pessoa. São momentos que podem parecer bobos, quase imperceptíveis, mas que hoje na ausência do pequenino nos fazem ver a importância e as lembranças que pequenos momentos podem nos oferecer... para sempre!

Texto: Siro Murta Borém
Fotografia: Ana Paula Araújo

Minhas inquietudes...



Me agarrei em minhas apostas frágeis
de que o mundo não perceberia
que toda a energia encontrada em nós
seria lavada com tombos e erros
seria regada com notórios abraços 
com leves sorrisos e aparições derradeiras

Me elevei ao máximo para suportar o acaso
me doar em espaço e em tempo
Pois, a tempo eu não me sentia assim
Vivo e verdadeiro, dando o máximo de mim
a todos aqueles que eu acho o máximo pra mim

Espero algo que nem sei mais esperar
Supero lembranças soltas, pois...
se unidas me trarão tantos sorrisos
e me dará tantas novas saudades e vontades
Logo aqui fico, olhando e observando as coisas
Me unindo ao acaso nesse embaraço de inquietude


Texto: Siro Murta Borém
Fotografia: Siro Murta Borém

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A dama d'água e da mata


Linda, entre os mares e rios é a mais bela
donzela da mata, da natureza
e pra que mais beleza se ela é natural
e pra que mais proeza que ser bela por natureza?
Brincando de moça da cidade, pois bem, aqui ela vive

Se escorre entre as águas em seu rosto, lembranças...
e pra que mais pura que a água que de seus olhos escorrem
e pra que mais linda e forte que seu olhar?
Ela adora chuva, se purifica na água do céu

Ela mergulha nas águas negras do açude que tanto gosta
Faz pose na cachoeira, embeleza a natureza
Memoriza tardes de Sol nas pedras que por ali sobe e se deita
A dama d'água, da cidade e da mata

Que me mata quando não sorri
Que me ajeita de um jeito diferente e irreverente
nas minhas noites mal dormidas quieta em sua cama que não muda de lugar
Reflete a beleza no olhar e no sorriso, tão linda que só resta me calar
E observar enquanto o tempo passa e no espaço eu me deixo levar!




Texto: Siro Murta Borém
Fotografia: Ana Paula Araújo

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Pra estar com você





Se uma corda eu tivesse, me penduraria na Lua
Vestiria minha boca a tua, me balançaria por entre a noite
correria o sonho mais belo, profundo e de cores
te cobriria em amores, no vermelho da tua boca que não vem a mim

Se uma régua eu tivesse, dessas que medissem minhas preces
Contaria os passos dados em pensamentos, em momentos
No seu dilúvio atordoado que me carece de sorrir e dormir
me contentaria com um abraço, um laço, ou algo que não pudesse partir.



Texto: Siro Murta Borém
Fotografia: Anny Karoliny